AuTeC

Análise simplificada de pureza de produtos com Ginkgo.

A adulteração de ginkgo com rutina e quercetina ou com outros produtos ricos nesses flavonoides em produtos com ginkgo ainda é, infelizmente, uma prática comum. Produtos com ginkgo podem ser facilmente adulterados pela adição de rutina/quercetina, dos frutos ou botão de flores da sophora ou de erva de trigo sarraceno, o que diminui os custos para a produção de extrato de ginkgo seguindo os padrões de qualidade da USP.

Nesse caso, a técnica de HPTLC proporciona informações sobre identificação da planta (por meio de fingerprint), presença de adulterantes e conformidade com os limites de rutina e quercetina, tudo em uma única placa, economizando tempo e dinheiro adicionais em análises de rutina e quercetina por HPLC. Nesse exemplo vamos explicar como interpretar esses resultados em detalhes.

Metodologia utilizada:

*as placas cromatográficas da Merck também podem ser adquiridas pela AuTeC.

*Esse detalhe é essencial para a precisão da metodologia. O método não é robusto para mudanças na umidade relativa, fazendo com que os RFs mudem muito entre as placas.

Resultados e discussões:

Primeiramente iremos entender o resultado após a derivatização com o reagente NP sob luz UV 366 nm, no SST (solução para teste de adequação do sistema) podemos observar a rutina, ácido clorogênico e quercetina:

Temos várias informações importantes nessa foto:

          > 3 e 4: mancha intensa amarela na posição da quercetina

 > 5 a 8: mancha intensa amarela na posição da quercetina; para a amostra 5 observamos perfil menos intenso                que o do extrato padrão.

 > 9 e 10: mancha intensa amarela na posição da rutina, perfil menos intenso que a do extrato padrão.

> 11: mancha intensa amarela na posição da rutina.

 > 12: mancha intensa amarela na posição da quercetina, perfil menos intenso que a do extrato padrão.

 > 13: não tem a presença da ginkgo, mas sim de 5-hidroxitriptofano.

Para o teste de pureza, amostras de frutas e botões de flores da sophora e erva de trigo sarraceno foram analisadas individualmente e misturadas com extrato de ginkgo. Abaixo temos a figura das amostras adulteradas em fases diferentes de derivatização e tipo de luz usada.

Para teste limite de rutina e quercetina, imagens com luz UV 254 nm antes da derivatização e UV 366 nm depois da derivatização com reagente NP podem ser convertidos em picos cromatográficos através da análise dos pixels na imagem fotodocumentada através do TLC Visualizer 2. Os cálculos podem ser realizados através da altura dos picos. No teste realizado, os padrões foram preparados nas concentrações correspondentes ao limite máximo de aceitação da Rutina e Queretina segundo a USP.

A figura abaixo é do teste limite para rutina. Os cromatogramas são da placa antes da derivatização com luz UV 254 nm. Nesse caso conseguimos observar valores acima da especificação para as amostras 9, 10 e 11.

A figura abaixo é do teste limite para quercetina. Os cromatogramas são da placa depois da derivatização com reagente NP e com luz UV 366 nm. Nesse caso conseguimos observar valores acima da especificação para as amostras 6, 7 e 8.

Esse estudo teve como objetivo realizar pequenas modificações na monografia da USP para tornar o método eficiente também para a identificação da pureza do produto. Isso agrega um enorme valor ao método, pois reduz o número de análise, comparada à monografia original da USP.

[1] Gafner S. Botanical Adulteration Bulletin January (2018) 1
[2] USP Monograph on powdered ginkgo extract. In: Pharmacopoeial Convention 38–NF33 (2015) 6064
[3] Wohlmuth H., et al. Phytomedicine 21(6) (2014) 912
[4] Frommenwiler D.A., et al. Planta Medica 84 (2018) 465 [5] Frommenwiler D.A., et al. Journal of Ethnopharmacology 243 (2019) 112084

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